Com o início do período chuvoso em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) emitiu um alerta sobre medidas de prevenção contra a leptospirose. Esta doença infecciosa febril é transmitida através da exposição à urina de animais, como ratos, infectados pela bactéria Leptospira. As fortes chuvas e subsequentes enchentes, inundações e transbordo de córregos e bueiros aumentam o risco de contato com água contaminada.
Medidas de Prevenção
Além de evitar o contato com água potencialmente contaminada, recomenda-se o uso de luvas e botas de borracha ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e pés. As crianças devem ser proibidas de nadar ou brincar nessas águas. Utensílios e móveis devem ser lavados com uma solução de 20 litros de água e duas xícaras de chá (400 ml) de hipoclorito de sódio a 2,5%, deixando a solução agir por 15 minutos.
Frutas e verduras suspeitas de contaminação também devem ser lavadas com essa mistura, e a água deve ser ingerida apenas se for filtrada, fervida ou clorada. Ações para controlar os roedores, que são os principais disseminadores da leptospirose, incluem o acondicionamento adequado do lixo, armazenamento correto dos alimentos, desinfecção e vedação das caixas d’água, e desratização nas residências.
Sintomas, Diagnóstico e Tratamento
O período de incubação da leptospirose é de 7 a 14 dias após a exposição. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e muscular, falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse. Em casos raros, podem ocorrer manchas vermelhas na pele, aumento do fígado e do baço, urina escura, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.
O diagnóstico é feito através da coleta de sangue, que é enviado para o Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) para verificar a presença de anticorpos ou da bactéria. O tratamento deve ser iniciado imediatamente quando se suspeita da doença, independentemente de o paciente estar no ambiente hospitalar ou não.
Dados Epidemiológicos
Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Alagoas registrou 86 casos de leptospirose no último ano, dos quais 13 resultaram em morte. No primeiro quadrimestre de 2022, foram relatados 10 casos e três mortes. No mesmo período deste ano, foram registrados 14 casos, mas nenhum óbito.