Em uma palestra enriquecedora para os estagiários da ADESG-AL (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra em Alagoas), o Major Maykel apresentou a estrutura e as operações do Departamento Estadual de Aviação (DEA). A palestra, realizada como parte do Curso de Estudos de Política e Estratégia (CEPE), explorou as transformações e os desafios enfrentados pelo DEA, destacando o papel das operações aéreas na segurança pública e na integração entre agências.
Estrutura e Histórico do DEA
O Departamento Estadual de Aviação em Alagoas passou por transformações significativas ao longo dos anos, que culminaram em seu status atual como uma autarquia vinculada à Secretaria de Segurança Pública. Esse modelo, similar ao do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), confere ao DEA autonomia administrativa para gerenciar aeroportos, heliportos e uma frota de aeronaves. A centralização da aviação pública trouxe mais eficiência e controle, permitindo ao Departamento responder com agilidade às necessidades de segurança e resgate em regiões de difícil acesso.
A aviação de segurança pública em Alagoas também enfrentou desafios históricos, como acidentes em 2006 e 2015, que trouxeram à tona a urgência de padronizar a frota e aprimorar protocolos de segurança. Em resposta, o DEA investiu em capacitação técnica para seus profissionais e na aquisição de aeronaves mais seguras, essenciais para operações de resgate e patrulhamento.
O Papel das Operações Aéreas na Segurança Pública
O Major Maykel enfatizou durante a palestra o impacto positivo da aviação nas operações de segurança pública. Helicópteros permitem uma resposta rápida a emergências e uma cobertura ampla do território em menor tempo. O DEA, por exemplo, conseguiu reduzir drasticamente o número de roubos de motocicletas em cidades como Arapiraca, onde os índices caíram de 8 a 10 ocorrências diárias para uma média de zero a duas, devido ao suporte aéreo nas operações.
O helicóptero também se mostra essencial para o atendimento de ocorrências médicas urgentes. Um exemplo é a resposta rápida a casos de ataque cardíaco ou acidentes graves, em que a mobilidade aérea oferece uma vantagem significativa, alcançando locais remotos em minutos. Esse tempo de resposta é essencial tanto para o sucesso nas operações de segurança quanto para salvar vidas em emergências médicas.
A Integração entre Agências e o DEA
Além do suporte direto à segurança pública, o DEA exerce um papel estratégico na integração entre agências. Em operações conjuntas com a Marinha do Brasil, por exemplo, o DEA contribui em missões de patrulhamento costeiro e de busca e salvamento (SAR). Em situações críticas, como naufrágios ou afogamentos detectados durante a vigilância marítima, o DEA mobiliza rapidamente seus helicópteros, reduzindo o tempo de resposta e potencializando a eficácia no resgate.
Essa colaboração entre forças de segurança e serviços de emergência fortalece a capacidade do estado de responder a emergências complexas, tornando o DEA um elo crucial na resposta rápida a crises.
Desafios e Perspectivas para o Futuro
O DEA ainda enfrenta desafios administrativos e operacionais, especialmente em relação aos elevados custos de manutenção da frota e à padronização das aeronaves. A recente transformação do DEA em autarquia trouxe maior autonomia e controle financeiro, mas também exige ajustes nos processos legais e operacionais para integrar plenamente sua gestão de aeroportos e heliportos.
Para o futuro, o DEA planeja expandir sua frota com aeronaves modernas, como helicópteros bimotores e aviões multiuso, que são capazes de operar em diversas condições climáticas. Outro projeto em desenvolvimento visa tornar Alagoas um centro de excelência em treinamento de aviação de segurança pública, com foco em resgate e missões complexas. A criação de novos helipontos e pistas de pouso em áreas estratégicas também está nos planos do DEA, visando aumentar a cobertura aérea e transformar o estado em referência nacional na aviação de segurança.
